Rio de Janeiro, 6 fev (EFE).- Um atentado contra a casa de um agente penitenciário e o incêndio de cinco veículos na madrugada desta quarta-feira elevou o número de ataques na última semana no estado de Santa Catarina, que enfrenta a segunda onda de violência em três meses.
Além do ataque contra casa do agente, entre a noite de terça-feira e a madrugada desta quarta um ônibus foi incendiado em Florianópolis após o lançamento de um coquetel molotov e também ocorreram ataques contra dois ônibus, um reboque e um estacionamento nas cidades de Chapecó, São José, Indaial e Tubarão, segundo boletim divulgado pela polícia.
Os ataques se estenderam a 20 cidades distintas de Santa Catarina e são atribuídos pelas autoridades a uma reação de grupos criminosos contra uma maior repressão ao narcotráfico e as duras medidas disciplinares adotadas nas prisões.
Os grupos de defesa dos direitos humanos, no entanto, afirmaram que os ataques foram ordenados de dentro das prisões como resposta às torturas sofridas pelos presos.
A explosão de uma bomba na madrugada desta quarta deixou a casa do agente, em Chapecó, muito danificada, e reforçou as versões que os ataques foram ordenados por líderes de grupos criminosos que estão presos.
O governo de Santa Catarina, que ordenou reforços policiais e escoltas aos ônibus que transitam na madrugada, pretende solicitar a transferência de presos que estão nas cadeias regionais para penitenciárias federais.
A solicitação será apresentada nesta quarta-feira pelo governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, em uma audiência que terá em Brasília com representantes do Ministério da Justiça, segundo a "Agência Brasil".
Além dos ataques a ônibus, que já deixaram 30 veículos destruídos, na última semana foram registrados tiroteios contra edificações policiais e públicas.
Esta é a segunda onda de atentados em três meses no estado, já que em novembro foram registrados 68 ataques similares, incluindo 27 ônibus incendiados em sete dias.
