Gente y estilo

Gastronomia popular do Rio de Janeiro: outra forma de apreciar o país



    Rio de Janeiro, 19 fev (EFE).- Quem busca uma boa refeição no Rio de Janeiro sem precisar gastar muito em restaurantes badalados pode explorar os vários pontos de rua que oferecem alguns dos pratos mais populares da culinária brasileira e universal, agora reunidos em um guia gastronômico.

    Da típica feijoada aos "salgadinhos", passando pelos bolinhos de bacalhau e os internacionais hambúrgueres, o Rio oferece deliciosas e econômicas iguarias que contam com a adicional simpatia e o bom humor dos vendedores de rua cariocas.

    Essas delícias da gastronomia foram reunidas em dois livros intitulados "Guia Carioca de Gastronomia de Rua" e um site, todos com autoria do diretor de documentários Sérgio Bloch.

    Com uma obra cinematográfica dedicada ao que acontece nas ruas, Bloch conta à Agência Efe que a ideia do projeto surgiu quando dirigiu o curta-metragem "Na Boca do Povo", dedicado à comida que se prepara, vende e degusta em lugares públicos.

    Daquele documentário de apenas três minutos surgiu, no início de 2012, a primeira edição do guia gastronômico popular, que por seu rápido sucesso acabou ganhando a companhia de uma segunda edição com novos pratos e um site.

    A isso se soma um aplicativo para smartphones, "O Chef Ambulante", que será lançado em breve e que ajudará o usuário a localizar a barraca de rua que mais lhe interessa.

    O projeto de Bloch reuniu, até agora, 36 cozinheiros selecionados tanto pela comida que oferecem quanto por sua personalidade.

    "Damos muito valor à pessoa que faz a comida. Cada cozinheiro é um artesão. Faz a comida a sua maneira, com seu gosto, seus condimentos e sua personalidade", explica Bloch.

    Assim, os turistas e os moradores do Rio podem conhecer pontos tão interessantes quanto a barraca de caipirinhas do Luizinho, que costuma ser montada nos mercados de rua de Laranjeiras, na Zona Sul da cidade, e que ao mesmo tempo vende discos de samba e chorinho, seus estilos preferidos.

    Outra opção é a venda de sucos da Estela, que garante que sua bebida, feita com frutas e hortaliças, foi o que a salvou de um câncer de colo de útero diagnosticado há mais de 13 anos.

    Bloch descreve esses cozinheiros como "pessoas com história, com carisma e que sabem atender, que têm prazer de fazer o que fazem".

    O "amor e a dedicação" podem ser notados em cozinheiros como Severino, que em 1969 trocou o Ceará pelo Rio e vende bolinhos de bacalhau na feira de todos os sábados na Rua General Glicério, também em Laranjeiras.

    Severino, ou "Mazzaropi", como também é conhecido, contou à Efe que vende até 1.150 bolinhos por semana, o que lhe dá "força" para seguir adiante.

    O site e os livros de Bloch listam quitutes e bebidas para todos os gostos e em todas as regiões do Rio, desde a badalada praia de Ipanema, na Zona Sul, até os bairros das zonas norte e oeste.

    Tudo isso permite conhecer a cidade e o país a partir de outro ponto de vista, o de uma gastronomia rica em ingredientes de origem diversa e preparada com amor e simpatia.